Histórico do Grupo
O Grupo Folclórico Sarandeio, fundado em 1980 pelas professoras Marilene Lima e Vera Soares, fazia parte dos cursos de extensão oferecidos aos alunos da Escola de Ed. Física da UFMG. Em 1997 a direção do grupo passou a ser do bailarino e coreógrafo Gustavo Côrtes, atual professor de Folclore e Dança da UFMG, que ampliou o acesso ao grupo, permitindo a entrada de bailarinos de outras companhias e pessoas da comunidade geral.
Em 1998, por problemas de registro, o grupo passou a se chamar Grupo de Projeção Folclórica Sarandeiros. Os integrantes do grupo continuam fiéis ao trabalho original educacional e atualmente trabalham como monitores e voluntários no projeto realizado em parceria com a UFMG, “Escola de dança e ritmo”. Tal projeto leva para mais de 500 alunos de escolas públicas o reconhecimento das manifestações populares existentes no rico folclore brasileiro. Este projeto de extensão realizado na UFMG tem o objetivo maior de valorizar, difundir e pesquisar as raízes culturais brasileiras através da dança e da música. Em 2000, o grupo Sarandeiros lançou o seu primeiro Cd, Sarandeiros dançam o Brasil, cuja as primeiras edições já se esgotaram. Trabalho de referência nas artes cênicas brasileiras especializado na cultura popular brasileira, o grupo já realizou apresentações por todo o Brasil, com qualidade destacada em diversos meios de comunicação. O primeiro espetáculo do grupo foi “Aquarela Brasileira“, lançado em 1998, e apresentava danças tradicionais das 5 regiões brasileiras. Em “O Profano e o Sagrado”, danças sacras e pagãs do país eram apresentadas ao público de forma original e inovadora. Grande sucesso da Campanha de Popularização do Teatro e da Dança de Belo Horizonte em 1999, quando levou o maior público da campanha da dança ao Palácio das Artes em parceria com o violeiro Chico Lobo, este espetáculo recebeu o prêmio SESC-SATED de melhor figurino em dança do ano, tendo sido finalista nas indicações de melhor coreógrafo e melhor performance em dança. Em 2001 o Sarandeiros estreou o show “Memórias de Meio Milênio”, na 27º Campanha de Popularização do Teatro e da Dança em Belo Horizonte, onde apresentava as influências das diversas etnias na miscigenada cultura brasileira. O espetáculo reverenciava os 500 anos de nascimento do povo brasileiro pela beleza de seus temas melódicos e o esplendor de seus ritmos. Em 2003, dentro da programação da Campanha de Popularização do Teatro e da Dança, o Sarandeiros apresentou seu novo espetáculo, “Dança, Brasil!”, inspirado nas festas e folguedos nacionais. Este show foi indicado a diversos prêmios de melhor espetáculo do ano e recebeu a premiação SATED/Bonsucesso com a melhor trilha sonora de 2003 e o melhor figurino de Telma Rodrigues. Em 2005, o Sarandeiros estreou “Gerais de Minas“, que marcou as comemorações dos 25 anos de fundação do grupo. Neste show, o Grupo investiu em suas raízes, traduzindo artisticamente sua pesquisa histórico-cultural sobre a formação da essência do povo mineiro, apresentando um panorama no qual catiras, congados, batuques, folias, personagens e manifestações típicas expõem parte significativa daquilo que consideramos a “alma cultural do povo das gerais”.
A partir de 2007, o grupo passou a ter aulas de dança contemporânea buscando uma nova linguagem para a elaboração de seus espetáculos. Aliada á experiência de 28 anos na performance baseada na cultura folclórica brasileira, o grupo surpreendeu com a leitura do espetáculo “QUEBRANTO”, última montagem da companhia. Através de um enredo magistral sobre a vida dos deuses de origem africana, traça um percurso das influências destes seres mitológicos na vida atual das pessoas. A dança espelhada, que se quebra em dezenas de movimentos, cores e músicas monumentais, se nutre das histórias contadas sobre a vida destes reis e rainhas africanas, para trazer ao público um espetáculo original e de extrema beleza. Desta forma, o Sarandeiros busca valorizar a cultura africana que se desenvolveu com grande importância no país, mas que ainda têm tido pouco destaque acadêmico e nas artes em geral. Sem utilizar estereótipos, Quebranto dança histórias sobre a relação entre o céu e a terra, entre os deuses e os seres humanos, entre a vida e a morte na visão Yorubá dos Orixás. Por meio de uma trilha sonora original, composta exclusivamente para o espetáculo por Tatá Sympa e Matu, com direção geral de Gustavo Côrtes, assistente de direção Cristiano Reis, Figurinos de Telma Rodrigues, Cenografia de Gustavo Côrtes e Vanessa Alves, Iluminação de Joana D’arc e Henrique e um elenco de 25 bailarinos o Sarandeiros surpreende com uma nova linguagem corporal que une a dança contemporânea com a cultura Folk-afro do Brasil, em um resultado inovador. Além da elaboração de espetáculos, desde 1999 o grupo realiza a Semana do Folclore no mês de agosto, apresentando espetáculos de dança inspirados no folclore nacional especificamente para escolas. Para este trabalho, o Sarandeiros já publicou 4 cartilhas folclóricas que buscaram instrumentalizar os professores para trabalhos pedagógicos que envolvessem aspectos da cultura popular brasileira.