Lundu da Ilha de Marajó
A mais sensual dança brasileira originária dos escravos angolanos, chegou em alguns lugares a ser proibida. Durante muitos anos, ela foi censurada pela Igreja Católica, que a considerava profana e imoral. Nela, homens e mulheres, em movimentos frenéticos de quadris, sob o som de batuques, simulam um ritual de amor. A dança é a representação desse ato carnal, em que a dançarina envolve o seu companheiro com movimentos voluptuosos, requebrando as cadeiras. O homem investe sobre a moça, indicando o desejo de envolvê-la em seus braços. A coreografia desenvolve-se, a princípio, com a recusa da mulher, mas, diante da insistência do seu companheiro, ela acaba por ceder.
Os trajes femininos são sempre saias bem rodadas com blusas curtas, deixando os ombros e abdome à mostra, e colares de semente ou correntes. Os homens, sem camisas, usam calças curtas e muitos colares. O ritmo é lento e cadenciado, predominando os instrumentos de sopro e os atabaques. A dança do lundu marajoara é realmente um espetáculo inesquecível, principalmente se for admirado à luz de fogueiras, em noites de lua cheia, nas praias paraenses.
O lundu foi exportado para as cortes europeias, onde obteve enorme sucesso. Existem outras versões da dança no País, sendo por esta a versão paraense, da Ilha de Marajó.
Fonte: CÔRTES, Gustavo Pereira. Dança, Brasil!: festas e danças populares. Belo Horizonte: Leitura, 2000.
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