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Representar artisticamente o folclore de um país continental como o Brasil não é tarefa fácil. Necessita de pesquisa intensa e trabalho artístico elaborado que envolvem as mais variadas artes, como a dança, a música e o teatro. Esse talvez seja o aspecto mais relevante para justificar a falta de trabalhos que busquem integrar as mais diversas manifestações populares brasileiras em um só espetáculo. Normalmente, os grupos artísticos que se dispõem a trabalhar com esta temática acabam por não explorar a imensa riqueza cultural existente em todo o país e, em muitos casos, principalmente no que se refere aos grupos folclóricos, acabam se tornando regionais. Diante das mais distintas possibilidades, o trabalho do Grupo Sarandeiros busca preencher esta lacuna nas artes cênicas brasileiras.

O Sarandeiros é atualmente considerado um dos melhores grupos de dança no Brasil voltado para a divulgação da cultura nacional, com vasto figurino e materiais cênicos, que caracterizam os seus espetáculos e as suas coreografias apresentando nos seus shows a impressionante diversidade cultural de todo o país. Preocupado com a globalização das culturas que visa à uniformização de todos os povos, o Sarandeiros justifica seu trabalho por ser um grupo de resistência que valoriza, pesquisa e preserva através da arte, a arte popular da dança e da música do Brasil.

Com mais de 800 apresentações em seu currículo o grupo se apresentou em vários eventos em Minas Gerais e em outros estados brasileiros. O grupo já realizou diversas turnês internacionais, representando o Brasil em mais de 11 países da América e Europa e tem como destaque os espetáculos: “Dança, Brasil!”, inspirado no livro homônimo do diretor do grupo, Gustavo Côrtes; “Gerais de Minas”, premiado trabalho da companhia, que se inspirou na obra de Guimarães Rosa para realizar um belo trabalho sobre Minas Gerais; e “Quebranto”, o espetáculo afro-brasileiro que mostra o universo dos deuses africanos.

Além disso, o Sarandeiros mantém cursos de extensão universitária gratuitos para mais de 500 pessoas por semestre, entre crianças, jovens, adultos e idosos, ensinando danças e músicas populares brasileiras. Também é responsável pela realização de vários eventos anuais junto à Universidade, com destaque para os Festivais Intercolegiais de Dança Popular Brasileira de Belo Horizonte, já na sua 5ª. Edição, e que envolve mais de 1000 jovens e dezenas de professores de várias escolas de Belo Horizonte e região metropolitana. O trabalho de Gustavo Côrtes e do Grupo Sarandeiros, sempre baseado em pesquisas e estudos sobre a cultura popular do Brasil, surpreende o público por traduzir em gestos e cantos, de forma interativa e emocionada, o vibrante folclore nacional. Esta união de dança, teatro e música fazem dos espetáculos do Sarandeiros um show completo, unindo as artes com o propósito da valorização e do reconhecimento da cultura popular brasileira.

 

Grupo Sarandeiros: O Folclore como inspiração

O termo folclore, nascido de duas palavras Anglo-saxônicas, Folk e Lore, ou (saber do povo), foi divulgada por Willian John Thomas no periódico The Athenauem pela primeira vez em 22 de agosto de 1846, e definia uma área científica que buscava valorizar estudos relacionados à cultura popular, especialmente ligada à poesia e à literatura. Atualmente, o conteúdo da palavra Folclore ultrapassa o enunciado etimológico criado no século passado, ao propor que as manifestações do povo não se mantêm imutáveis, não são apenas lembranças ou reminiscências de padrões culturais. O conteúdo não diz respeito apenas à conservação, mas também remodela, refaz, ou abandona elementos que se esvaziaram de motivos ou significados para determinados agrupamentos sociais. De lá para cá, a modernização da sociedade se aprofundou, os meios de comunicação de massa entraram decisivamente no cotidiano nacional e a cultura popular permanece revelando extraordinária vitalidade e contemporaneidade. E graças à tradição, essa cultura se transmite de uma geração a outra, capacitando sempre os novos indivíduos a uma pronta integração na vida em sociedade. Um objeto ou, nos estudos e pesquisas realizadas pelo Grupo Sarandeiros, uma festa, música ou uma dança, são sempre um veiculo de expressão de relações humanas, de valores e visões de mundo. Um país é essencialmente, seu povo. Um povo é essencialmente, sua cultura. E a única forma de um povo conhecer outro povo é conhecer sua cultura. Desta forma, o Grupo Sarandeiros busca com seu trabalho promover a divulgação e a valorização das manifestações populares através da dança e da música, retratadas em diversos espetáculos realizados pelo grupo.